Um gênio feminino da arte brasileira
Anita Malfatti foi uma das mais importantes artistas brasileiras. Entretanto, sua obra é conhecida por poucos, assim como sua interessante biografia. Nascida em 1889, em 2 de dezembro na cidade de São Paulo, ela era destra, mas devido a um problema congênito que lhe tirou a precisão dos movimentos da mão direita, Anita teve que se acostumar a usar a mão esquerda para realizar as tarefas diárias.
Quando moça ela foi educada pela mãe, que possuía uma sólida base cultural. Como resultado Anita passou no exame para a Escola Normal e aos 19 anos se formou professora. Mas a paixão pela pintura se revelou e graças ao patrocínio de um tio e de seu padrinho, Anita pôde estudar em um colégio situado na cidade de Berlim, na Alemanha. O ano era 1910 e os primeiros indícios de uma revolução cultural começavam a surgir na Europa.
Embora se inscrevesse na Academia Real de Belas-Artes, Anita se interessou pela arte anti-convencional que conheceu durante uma exposição promovida pelo grupo de pesquisa Sounderbund. Começou a ter aulas com integrantes do grupo e aprendeu pintura livre e a fazer gravura em metal.
Em 1914 Anita retornou ao Brasil, mas logo em seguida foi para os Estados Unidos estudar na Art Students League, que não limitava a criação do aluno e permitia que eles pintassem o que desejassem. Neste período surgiram as obras que são consideradas por muitos estudiosos como as melhores de Anita: O homem amarelo, O japonês, Mulher de Cabelos Verdes, entre outras.
Anita e o Brasil
Anita retornou ao Brasil aos 27 anos, no ano de 1916. Sua arte era voltada ao movimento expressionista, e no Brasil essas idéias ainda não haviam chegado com toda a força. Confiante na boa recepção que teria em seu país, ela alugou um espaço na rua Líbero Badaró, no Mappin Stores, para realizar uma exposição em 12 de dezembro de 1917.
No entanto, o que se seguiu foi uma dura crítica por parte do escritor Monteiro Lobato, que surpreendeu vários artistas – principalmente pelo fato de Lobato criticar tão duramente uma exposição que nem sequer viu. Seu artigo “Paranóia ou Mistificação” saiu no jornal O Estado de São Paulo.
Morte de Anita
O artigo teve um grande impacto sobre Anita, que carregou o trauma desta crítica por toda sua vida. Logo após a publicação do artigo, Anita aposentou os pincéis durante um ano inteiro. Pouco depois voltou a tomar aulas de arte e se aproximou de Tarsila do Amaral, que virou amiga da pintora.
Este período foi proveitoso na vida de Anita, que voltou a pintar e participou inclusive da Semana de Arte Moderna de 1922. Anita faleceu no ano de 1964, em 6 de novembro na cidade de Diadema em São Paulo, retirada da vida artística pública.
Neto