Ésquilo foi um dramaturgo da Grécia antiga nascido em cerca de 525 a.C. considerado por muitos estudiosos como o fundador da tragédia. Junto a Sófocles e Eurípedes é um dos três autores trágicos cujos trabalhos existem ainda hoje. Levou a tragédia grega a novos patamares introduzindo um maior número de personagens, que permitiu maior trama, conflito e resoluções potenciais.
Antes de Ésquilo os personagens interagiam apenas com o coro. Calcula-se que tenha escrito cerca de noventa e duas peças, mas somente sete chegaram aos dias atuais. Muitos de seus trabalhos tinham temas contemporâneos, especialmente a invasão persa da Grécia. Suas peças são uma fonte primária de informação sobre este período na história grega.
Origens
Nasceu em Elêusis, uma pequena vila perto de Atenas, filho de uma família nobre, rica e influente. Foi iniciado nos mistérios de Elêusis e trabalhou em vinhedos quando jovem e disse que o deus Dioniso veio a ele em um sonho dizendo-lhe que se tornasse dramaturgo.
Ele seguiu seu sonho inspirador e aos vinte e seis anos sua primeira peça estreou em Atenas. Ao longo dos anos suas obras lhe trariam prêmios e prestígio. Quando o império persa invadiu, Ésquilo lutou para defender Atenas. Esta guerra interrompeu sua carreira como escritor, mas ajudou-o a criar seus trabalhos posteriores.
Obras
“As Suplicantes” parece ser um de seus primeiros trabalhos, com experimentações quanto ao drama envolvendo o coro. Em “Agamenon” ele já faz pleno uso do coro, com os anciãos em disputa com o amante da rainha e em “As Eumênides”, vai além usando o coro como fúrias que perseguem Orestes. Em “Os persas” narra a batalha de Salamina, na qual realmente lutou.
De acordo com alguns estudiosos, uma de suas peças, “Prometeu Acorrentado” contém segredos do culto à deusa Deméter contidos no texto e ela trata do castigo de Prometeu por ter dado o fogo aos homens. Em “Sete contra Tebas” ele trata dos temas de parricídio, incesto e ambição deixando clara a predisposição humana que nem sempre é somente uma vítima da vontade divina.
Em “As Coéforas” há uma espécie de introdução à história de “As Eumênides” falando do crime de Orestes. E em “Orestéia” ele trata da revelação de segredos divinos e suas conseqüências, algo que pode ter ocorrido politicamente contra Ésquilo por uma possível revelação dos cultos de Deméter.
Morte e influência
Ésquilo faleceu por volta de 456 a.C. A lenda diz que uma águia voando por cima dele largou uma tartaruga sobre a cabeça de Ésquilo, confundindo-o com uma rocha, comportamento que algumas aves realmente fazem para quebrar cascos de animais nas rochas.
Sua lápide encontra-se na Grécia embora só encontre-se inscrições sobre seus feitos militares e não sua contribuição para o teatro. Suas peças e inovadoras técnicas teatrais serviram como inspiração para gerações de produtores teatrais e dramaturgos por vir. Seu trabalho é estudado por teóricos e estudantes de teatro e artes cênicas e tem grande valor para o teatro.