Silvio Santos é definitivamente um dos maiores ícones da televisão e da história do entretenimento brasileiro, independente das recentes polemicas de preconceito, de comportamento machista, misógino e racistas, ele ainda continua sendo um ícone para muitas pessoas que acompanharam a sua história e que assistem os seus programas até hoje. É claro que o público de Silvio Santos não é mais o que já foi um dia, ele não tem mais aquele grande poder como comunicador, mas a sua história e o seu passado de superação e sucesso ninguém pode apagar, por mais que as suas ações atuais ofusquem um pouco a sua trajetória vitoriosa, o que ele representou para as gerações mais antigas é inegável.
Muitas pessoas, no entanto, acham que o legado de Silvio Santos é apenas televisivo, que o seu legado está apenas relacionado aos seus trabalhos na tv e a sua emissora de televisão aberta, que é o SBT, mas a verdade é que o patrimônio e os negócios de Silvio Santos vão muito além disso e incluem uma série de empresas e negócios privados que funcionam bem longe das lentes do público que o acompanha por muito. Considerando os setores de atuação que estão fora do ramo do entretenimento, talvez um de seus negócios que mais chegaram ao conhecimento do público tenha sido o seu banco, que na época se chamava Panamericano.
Apesar de todas as polemicas e escândalos que envolveram esse banco, muita gente ainda acha que Silvio Santos ainda é dono de um banco por fora da sua emissora de televisão, mas a verdade é que desde a venda do Panamericano é que Silvio Santos decidiu por se afastar desse ramo profissional e focar nos seus outros negócios. Os seus negócios por sua vez incluem uma grande quantidade de empresas, que fazem parte do grande Grupo Silvio Santos e que são praticamente todas administradas ou supervisionadas por alguém muito ligado a própria família do empresário e apresentador. As suas filhas estão todas envolvidas com seus negócios, algumas mais e outras menos, mas todas têm ligações com as empresas do seu pai.
Entre as suas filhas, provavelmente a mais conhecida do público brasileiro seja a Patricia Abravanel, que ao que tudo indica será a sucessora de seu pai na função de apresentadora, apesar de que sua outra filha Silvia Abravanel também vem marcando presença na apresentação de alguns programas da emissora do seu pai, porém como já dito, o legado de Silvio Santos vai muito além do que se vê na televisão, informações da imprensa indicam que o Grupo Silvio Santos conta com cerca de 38 empresas sob a sua supervisão, entre elas estão empresas de tv por assinatura, empresas de exportação de frutos do mar, uma empresa de cosméticos, uma empresa corretora de seguros das mais diversas modalidades (automóveis, televisão, etc), um rede de hotéis, além de outras empresas que atuam nos setores de mídia e de transportes.
Banco Panamericano
Apesar de que nos dias de hoje, Silvio Santos não tem mais o seu banco, esse empreendimento foi uma boa parte dos faturamentos do empresário por um bom período de tempo. O banco também é chamado nos dias de hoje de Banco Pan, que inclusive é a sua atual razão social (nome oficial do banco nos documentos), sendo assim Banco Pan S/A. A sede desse banco fica na grande cidade de São Paulo e atualmente ele tem duas grandes empresas financeiras que o controlam, são elas a Caixa Econômica Federal e também o banco cujo nome é BTG Pactual. A atuação do antigo Banco Panamericano e atual Banco Pan, é na área de cartão de credito, financiamentos especializados em veículos, investimentos da modalidade de renda fixa, as transações financeiras do tipo crédito consignado e também atua no setor de banco digital.
Apesar da sua sede estar localizada na cidade de São Paulo, o banco pode ser encontrado em todo o Brasil, já que ele possui agências em todas as capitais brasileiras e em algumas cidades principais e estratégicas. Vale dizer também que o atual Banco Pan S/A atua em setores como o setor imobiliário e o setor de crédito por adquirência ( que é uma espécie de intermediário entre o cartão de credito e os locais de venda de produtos). Apesar de todo esse poder que o Banco Pan tem atualmente, a sua história é bem mais antiga, principalmente a sua história que está ligada a pessoa Silvio Santos e ao seu grupo de empresas e negócios. Essa longa caminhada que o apresentador e o banco tiveram juntos começou lá atrás, ainda no ano de 1969, quando Silvio Santos não tinha nem 40 anos de idade ainda.
Saco de Dinheiro em Forma de Desenho
Na época em que Silvio Santos fez a aquisição dessa empresa e instituição financeira, ela ainda se chamava Real Sul S/A, a sua aquisição aconteceu na data de 21 de fevereiro do ano de 1969, por volta desta época o nome da empresa foi mudado para Baú Financeira S/A. Silvio Santos então manteve o banco em formato mais contido por muito tempo, especificamente até o ano de 1990, quando ele o transformou finalmente em Banco Panamericano S/A como ficou popularmente conhecido, esse banco deslanchou principalmente porque ele pertencia a uma das figuras mais populares e bem vistas daquela época em nosso país, no período os programas do SBT eram sucesso absoluto, muitos ficavam até mesmo na frente das listas de índices de audiência.
No ano de 2009, uma parte do Banco Panamericano foi então vendida a Caixa Econômica Federal, uma instituição financeira antiga, forte e muito poderosa em nosso país, o que dizem é que essa transação aconteceu em valores por volta dos 740 milhões de reais, dessa forma a o banco foi internamente dividido entre duas grandes empresas. Pouco depois, no ano de 2010 foi descoberto que havia no Banco Panamericano um rombo de desvio de verba que chegava em enormes quantias em dinheiro, cerca de bilhões de reais, por esse motivo todo o Grupo de Silvio Santos foi abalado fortemente, inclusive na época Silvio Santos, seus consultores e empresários recorreram a um empréstimo de créditos, mas ainda não foi suficiente e continuar tentando manter esse banco resultaria em muitas perdas e prejuízos para o grupo, por esse e outros motivos Silvio Santos decidiu então vender o seu banco no ano de 2011 e o novo dono agora (parte que ainda era de Silvio Santos) foi a empresa de investimentos chamada BTG Pactual, o preço da venda foi estimado em mais ou menor 450 milhões de reais.
O curioso é que diferentemente das transações de compra e venda normais, até onde foi divulgado pela mídia especializada na época, Silvio Santos não recebeu nenhuma quantia financeira pela venda do seu Banco Panamericano S/A, uma vez que o valor de venda estabelecido em 450 milhões de reais, ficou como pagamento pela dívida que enfrentava o banco naquele momento, dessa forma, o BTG Pactual assumiu toda a dívida que havia sido acumulada pelo banco até aquele momento, em contrapartida Silvio Santos não recebeu nada e nenhum tipo de lucro pela sua venda, exceto é claro ficar livre de algo que estava lhe rendendo prejuízos, dor de cabeça e que estava ameaçando a estabilidade das outras empresas de grupo bilionário e assim termina a fase de Silvio Santos como dono de um banco, em seguida o seu grupo voltou a focar na recuperação e expansão de seus outros negócios financeiros.
