Mary Black
Mary Black é uma cantora nascida na Irlanda cuja descendência familiar é toda composta por irlandeses. Possui uma beleza estonteante, além de ser muito conhecida por cantar músicas tradicionais irlandesas, tal como a música folk, tudo isso com uma linda voz. Tem uma família composta por muitos artistas, entre eles seus irmãos com quem formou um grupo no início de sua carreira. O grupo se chamava The Black Family ou A família Black em português e assim como ela os seus irmãos são incrivelmente talentosos para a música.
Nascimento e Criação
Mary nasceu no dia 22 de maio de 1955 em Dublin, capital da Irlanda e província de Leinster, mais especificamente na rua Charlemont, local onde morava toda a sua família. Possui 4 irmãos são eles, Chay Black, Michael Black, Martin Black e sua irmã mais nova Frances Black. Sua família na Irlanda é conhecida como “o clã musical”.
Mary tendo nascido em uma família de artistas foi muito influenciada pela música e as artes em geral, isso desde muito cedo. Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas na infância, Mary nunca deixou de sonhar com uma carreira fazendo o que ama.
Seus pais são irlandeses nascidos no interior. Seu pai é um consagrado violinista e sua mãe sempre foi um prodígio como cantora, porém a péssima condição financeira familiar, fez com que sua mãe deixasse a música de lado por um certo período, para então trabalhar como faxineira e conseguir o sustento da família.
A partir do seu histórico familiar, desde muito cedo Mary foi incentivada a entrar para o mundo das artes, desde criancinha já cantava em casa junto de seus irmãos. A sua estreia pública em pequenos eventos foi em 1973, quando tinha apenas 8 anos e se apresentou cantando músicas tradicionais da cultura irlandesa. Ao mesmo tempo que se apresentava pela primeira vez Mary tinha muitas obrigações domésticas, ela era a administradora do lar, já que sua mãe precisava trabalhar fora.
Conforme foi se tornando uma jovem adolescente, Mary passou a se apresentar com os irmãos, Chay, Michael e Martin que tinham uma banda chamada The Black Brothers, quando sua irmã Frances teve idade suficiente para se apresentar, ela se juntou à eles formando a banda dos 5 irmãos.
Idioma
Mary fala com perfeição o inglês e o gaélico. O gaélico é a língua oficial da Irlanda e apesar de o inglês atualmente ser muito mais falado, principalmente em Dublin que é a capital, ainda hoje é obrigatório o estudo do idioma oficial nas escolas.
Estudos
Mary e sua irmã mais nova, estudaram no colégio St. Louis High School, que fica em Charleville Road, Rathmines, Dublin. Esse colégio só aceita matrícula de estudantes do sexo feminino, é um colégio católico que foi criado por uma congregação de freiras, atualmente está sob a administração do fundo The Le Cheile Schools Trust. Outras alunas famosas da instituição são Ita Daily, Anne Enright e Nessa O’Mahony, as três são famosas escritoras de romance no Reino Unido, sendo que Nessa também escreve poesias.
Para arcar com os custos do seu material escolar, Mary trabalhava quase todos os dias durante as suas férias para conseguir juntar algum dinheiro. Por ter vindo de uma família humilde, ela muitas vezes foi tratada com preconceito no colégio onde estudou, inclusive pelas próprias freiras.
Irlanda
A República da Irlanda é um país que pertence a Europa, no entanto não está no continente, mas sim em uma ilha próxima que fica no extremo norte europeu. Divide seu território com a Irlanda do Norte, que ao contrário do que muitos pensam é um país diferente do primeiro.
A capital Dublin, onde Mary nasceu, conta com uma população de pouco mais 550 mil habitantes e é muito famosa pelos seus pubs tradicionais, que nada mais são do que bares muito charmosos que são mantidos da mesma maneira por gerações.
Os dublinenses, como são chamadas as pessoas naturais de Dublin, são muito apaixonados pela cerveja, principal produto dos seus pubs locais, não é à toa que uma das mais apreciadas cervejas do mundo nasceu ali, a Guiness.
O Guiness Book Of Records ou como é chamado em português o Livro dos Recordes, fica na sede da cervejaria Guiness e foi criado pelo seu diretor em 1954. Ele é um livro de curiosidades e fatos excepcionais. A ideia da sua criação foi nas mesas dos pubs onde se bebia a cerveja Guiness, local onde se está sempre discutindo os mais diversos assuntos e curiosidades do mundo.
Você já ouviu falar no St Patricks Day? Não tem como citar a Irlanda e não falar do dia de São Patrício, que é uma festa organizada para o homenagear o santo padroeiro do país. Acontece desde 1997 e sempre no dia 17 de março. Como é tradicional, neste dia os irlandeses vão às ruas com roupas temáticas e bebem muita cerveja.
Condado de Kerry
Atualmente Mary e sua família quando não estão trabalhando passam a maior parte de seu tempo em suas residências que ficam na área do Condado de Kerry, uma charmosa região que fica no sul da Irlanda.
Início da Carreira
A história de Mary na música começou cedo, se apresentando quando ainda era uma criança, no entanto Mary passou a fazer da música seu trabalho quando se juntou às suas primeiras bandas profissionais.
The Black Brothers
É uma banda formada pelos irmãos de Mary, Shay, Michael e Martin que mais tarde contou com a própria Mary e sua irmã mais nova. A banda que começou nos anos 70, até hoje se reúne para tocar em conjunto. As duas irmãs há certa altura saíram do grupo para seguir suas respectivas carreiras solo, mas os irmãos continuaram juntos.
Em 2004, muito tempo depois da primeira reunião dos irmãos, foi lançado o terceiro álbum da banda, que contou as duas irmãs e inclusive com a mãe da família Black, a senhora Patty que nunca deixou de cantar, mesmo não tendo investido na carreira pública.
Atualmente quem conduz o conjunto musical é Shay e Michael, os quais continuam fazendo muitas turnês pelos Estados Unidos, lugar onde moram atualmente e até mesmo no Canadá, seu país vizinho.
Martin mora em Dublin e algumas vezes faz shows solo em terras irlandesas, mas ele leva sua carreira musical mais como um hobbie, possui também outro trabalho profissional e se dedica muito à sua família, esse é um dos maiores motivos pelo qual ele não sai em longas turnês pela américa com os irmãos.
Apesar de que cada um deles seguiu um rumo, eles todos são muito próximos e em ocasiões especiais se apresentam juntos, o que acontece para celebrar grandes momentos de suas histórias. Essas apresentações são ocasionais e estão sempre lotadas pelos fãs.
A Banda General Humbert
A primeira banda oficial a qual Mary se juntou no início de sua vida adulta foi a General Humbert, sua entrada na banda foi em 1975, aconteceu a convite de seu irmão Michael que era um dos integrantes. A partir de então juntamente com o grupo, Mary passou a fazer turnês pela Europa, por todo o Reino Unido e claro pela Irlanda. A banda lançou dois cds, um primeiro chamado General Humbert em 1975 e o segundo chamado General Humbert 11 em 1978. Com o sucesso dos álbuns a voz de Mary ficou muito conhecida e ela passou a ser uma cantora famosa.
Carreira Solo
Devido ao grande sucesso do grupo, Mary passou a chamar atenção de grandes nomes da indústria musical, o que lhe rendeu a oportunidade de se aventurar em uma carreira solo. Em 1982, lançou seu primeiro disco sozinha, o qual tem o seu nome, foi um absoluto sucesso e as músicas ficaram meses nos primeiros lugares das rádios irlandesas. Mary que ganhou o prêmio Disco de Ouro por essa produção, em 1983 foi homenageada pelo jornal diário mais vendido da Irlanda, o Irish Independent e é até os dias atuais conhecido como um dos maiores álbuns da sua década, os anos 80.
Jornada Dupla
Por alguns anos, em meados da década de 80, Mary trabalhou duplamente, enquanto ela estava firme em sua carreira solo passou também a fazer parte da banda de folk tradicional de nome De Dannan, uma tradicional banda irlandesa, com quem fez turnê por toda a Europa e pelos Estados Unidos.
Seu primeiro álbum com os De Dannan ganhou o prêmio de álbum do ano, pela ótima qualidade da produção e grande aceitação popular. Ao mesmo tempo a sua carreira solo não poderia estar melhor, ela não parou pela jornada dobrada e se mostrou multitarefas, assim lançando mais dois álbuns em poucos anos, são os “Collected” de 1984 e “Without the Fanfare” de 1985.
Pelos seus álbuns solos neste período, como de costume ganhou muitos prêmios irlandeses, como melhor artista feminina do ano de 1986 e melhor artista da temporada 88-89. Entre outros prêmios de menor relatividade.
Música Folk
A música folk irlandesa é a música tradicional folclórica do país que existe há muitos séculos e está impregnada na cultura de seu povo. As músicas podem ser cantadas tanto no inglês quanto no gaélico, geralmente as mais antigas são interpretadas apenas no idioma gaélico e as mais novas em ambos.
Essa música também é acompanhada de rituais de danças e estilos próprios de vestimentas, que são as roupas tradicionais, esses trajes podem variar um pouco de uma região para outra, mas no geral possuem o mesmo padrão histórico.
Os instrumentos mais usados são o violino, as flautas irlandesas, as harpas, as guitarras, alguns tipos de percussões, o bandolim, os banjos e até mesmo recursos corporais como os assobios. O grande trunfo da música tradicional irlandesa é que enquanto nos outros países suas tradições foram perdendo espaço para o pop, que nas últimas décadas esteve cada vez mais em ascensão, na Irlanda aconteceu diferente e os sentimentos nacionalistas mantiveram as raízes culturais.
Sucesso Meteórico
Mary novamente se separou da banda em que fazia parte e seguiu a carreira solo mais uma vez. Nos anos que se seguiram, Mary lançou mais dois cd’s intitulados “By the time it gets dark” em 1987 e “No Frontiers” em agosto de 1989. Pelos seus trabalhos recebeu o prêmio Disco de Platina, suas músicas tocaram nas rádios bem mais de 1 ano, sendo primeiras colocadas nas paradas musicais, além disso estourou nos Estados Unidos por onde fez muitas turnês e shows.
Pelo seu álbum “No Frontiers” atingiu a fama e o reconhecimento na Ásia e na Austrália, seu álbum foi uma grande explosão de sucesso principalmente no Japão. Nesta época fez grandes shows tanto no Japão, quanto na Austrália.
Os Anos 90
Assim como a década de 80, pode-se dizer que os anos 90 foram os anos de Mary Black. Para começar, a sua música Columbus foi adorada pelos americanos sendo muito tocada nas rádios e baladas, lhe trazendo muito reconhecimento. Em 1991 ela lançou mais um álbum, o quarto de sua carreira solo chamado “Babes in the wood”, que ficou em primeiro lugar na Irlanda por mais de 6 semanas consecutivas.
Todo esse sucesso levou ao convite para tocar em uma das mais renomeadas casas de Londres e de todo o Reino Unido, A Royal Albert Hall e proporcionou a produção do seu álbum seguinte, intitulado “The Holy Glory”, que assim como os anteriores lhe garantiu premiações, shows lotados e o pódio em muitas rádios.
Mary ainda participou um projeto com o objetivo de valorizar as artistas femininas irlandesas, para isso juntaram-se seis grandes nomes femininos da música e produziram um cd que foi nomeado “Woman’s Heart”, onde além de Mary cantavam Dolores Keane, Frances Black sua irmã, Eleonor McEvoy, Sharon Shannon e Maura O’Connell. O trabalho conjunto foi um sucesso e ganhou o coração dos irlandeses, por esse motivo foi lançado pouco tempo depois o “Woman’s Heart 2”, que inicialmente não estava nos planos, mas que saiu do papel devido ao sucesso do primeiro.
Outros Álbuns Da Década De 90
Ainda na década de 90 Mary lançou mais 4 álbuns, são eles “Looking Back”, “Circus”, ”Shine” e “Speaking with the angels”. Para que se tenha ideia do sucesso que foi “Looking back” pense que foi o maior sucesso de sua carreira até então, mais do que os anteriores que já haviam lhe rendido tanto prestigio.
Fez uma participação também no álbum da famosa cantora americana Joan Baez, que foi lançado em 1995, neste álbum foram lançadas duas faixas que contam com a participação de Mary.
A Chegada Dos Anos 2000
Mary começou o novo século a todo vapor, fazendo muitos shows e inclusive produzindo seu primeiro disco totalmente ao vivo, gravado em 2003 e intitulado “Mary Black Live”. Esse álbum também foi vendido como uma espécie de documentário, que mostra fatos sobre sua carreira ao longo dos anos, assim como cena de ensaios e de Mary cantando.
Nos anos seguintes ainda lançou um disco inédito que deu o nome de “Full Tide”, dessa vez o cd foi todo gravado dentro de um estúdio. Após esse disco Mary lançou algumas coletâneas em comemoração aos muitos anos de sua sólida carreira. Também fez algumas participações em discos de outros grandes nomes da música como Liam Clancy. Em 2008 comorando 25 anos de carreira solo, lançou um cd que era uma coletânea de 25 dos seus maiores sucessos.
Em 2011 saia do forno seu mais novo disco, o “Stories from the Steeples”, que foi uma volta ao mercado. No entanto em 2014, ao mesmo tempo que anuncia uma parceria com a sua filha, conhecida como Roisin O no mercado da música, Mary nos dá a notícia de que será sua última turnê fora de seu país para a tristeza dos fãs.
Em 2017 quando já estava com mais de 30 anos de carreira, relançou um antigo cd de 1987, o “By the time it gets dark”, afinal uma longa carreira assim não é pra qualquer e não as comemorações não podem passar em branco. Neste novo álbum foram adicionadas algumas novas músicas, algumas foram regravadas, algumas remixadas, mas tudo com muita qualidade.
Mais recentemente, Mary fez uma parceria com Jimmy Mccarthy, um cantor irlandês assim como ela e fizeram várias músicas juntos, agora os dois rodam em turnê pelo seu país de origem.
Reconhecimento
Ao longo do tempo ganhou inúmeros prêmios e foi muito elogiada pela crítica musical, grandes artistas já fizeram referência à ela e grandes jornais ingleses já publicaram matérias sobre suas músicas e sua qualidade vocal e musical, alguns deles são o The Guardian e o The Times, grandes nomes da Inglaterra.
Vida Pessoal
Mary nunca foi de exibir sua vida pessoal nos holofotes, mas o que se sabe é que seu primeiro marido foi o musico e produtor musical irlandês Declan Sinnott. Mary o conheceu através do trabalho pois Declan passou a ser produtor musical de Mary e de sua irmã Frances. Ele foi também seu grande incentivador a se aventurar na carreira solo, por esse motivo passavam muito tempo juntos durante seu trabalho, foram mais de treze anos de parceria e turnês.
Tanta convivência acabou por desenvolver um amor entre os dois, o que ocorreu ainda nos primeiros anos de trabalho. Mary e Declan então se casaram e permaneceram juntos por mais de 10 anos, quando então se separaram amigavelmente. Os dois não tiveram nenhum filho juntos, até porque na época Declan já tinha 9 filhos de uma relação anterior.
Seu segundo casamento, que dura até hoje, foi com o Joe O’Reilly, empresário da gravadora Dara Records, fundada no início da década de 80. Formam juntos além de uma ótima parceria musical, também uma grande parceria pessoal. Eles tiveram três filhos, dois meninos o qual o mais velho se chama Conor, também tem o Danny e uma menina chamada Roisin.
Os seus filhos também se aventuram pela carreira musical, Danny é um cantor de rock que atualmente trabalha na banda The Coronas, uma banda famosa na Inglaterra e na Irlanda. Eles já lançaram 5 cds, assim como também fizeram grandes apresentações, que incluem abrir o show de grandes artistas com o lendário Paul McCartney.
Roisin, que hoje usa o nome artístico Roisin O, é uma cantora que tem carreira solo e vem seguindo os passos da mãe. Faz sucesso tanto na Irlanda, como também fora de seu país de origem. Recentemente estava em turnê pela Alemanha. Seu outro filho preferiu permanecer fora dos holofotes e trabalha como funcionário público na em seu país.
Autobiografia
Existe uma autobiografia sobre a vida de Mary Black e é intitulada de “Down the Crooked Road”, a qual conta os eventos de sua vida desde de sua tenra infância, passa pelas histórias que viveu com seus pais, pelas suas inspirações musicais, pelas suas turnês, Mary revela quais foram seus maiores aprendizados e também cita sua vida familiar com seus filhos. Uma ótima opção de leitura para os fãs e até para os que conhecem pouco seu trabalho.