Fabricio Boliveira: O João de Santo Cristo de Faroeste Caboclo

Não é erro de grafia não. É exatamente assim que se escreve: Fabrício Boliveira, com B no começo de Oliveira. Genisson Fabrício Boliveira Pereira é um jovem baiano ator que fez de tudo um pouco até encontrar o seu talento de fato: atuar. Recebendo diversos elogios, o mais atual trabalho do ator foi dar vida a uma das músicas mais comentadas e amadas de Legião Urbana: Faroeste Caboclo, com letra e composição do Renato Russo.

Fabrício Boliveira como João do Santo Cristo Agrada ao Público

Fabrício Boliveira ficou bem conhecido em território nacional recentemente com sua atuação como o João do Santo Cristo, o jovem trabalhador que ficou rico com tráfico de drogas e perdeu sua força em plantar e vender quando conheceu Maria Lúcia, a paixão de sua vida. O drama é uma das letras mais conhecidas do cantor Renato Russo dos anos 90 e tem nada menos que 14 minutos de duração quando tocada, contando toda a trajetória de João, um menino pobre que resolveu se jogar na vida e se tornou um apaixonado, morrendo em um duelo roubado por Jeremias, seu rival nas drogas e no amor.

O longa metragem deu bastante o que falar, deixando as opiniões divididas sobre ser um bom ou filme ruim. O fato mais importante é que a atuação do ator deixou Jeremias bem mais intenso do que muitos fãs da composição esperava. Um menino tímido mas com ódio no coração e duro pela sua vivência, Jeremias agradou muito mais aos fãs do que se esperava da obra (adaptações sempre deixam sinais negativos aos mais queridos).

Fabrício Boliveira: um Lutador Desde o Começo

Fabrício Boliveira tem algumas semelhanças com João do Santo Cristo. Uma delas é que é um homem lutador desde a sua juventude pelo que queria, pelo que sabia ou achava que sabia que queria. Nascido em 1982, Fabrício é de família nobre de Salvador. Tentou ser bailarino de balé clássico mas não deu jeito. Tentou ser bailarino de suingue e até deu aulas da dança Bahia afora, mas não deu certo.

Segundo o jovem ator, não há arrependimentos em seu começo de carreira. Fabrício viajada mais de quatro horas de ônibus apenas para dar aulas de Swing. Para ele não há o que esconder em seu passado. Esta era a sua forma de expressar seu talento, sua ânsia por mostrar que poderia fazer mais com sua parte artística e quem sabe descobrir seu verdadeiro talento. Para Fabrício, a sua infância também fez parte de uma busca por seu talento e o que ele queria de verdade. A atuação foi descoberta só depois.

Fabrício também começou cursando Direito na Universidade Federal da Bahia, mas não teve muito sucesso. Teve que faltar aulas e largar o curso diversas vezes porque estava sendo chamado para grandes papéis, quando a chance de sua vida surgiu para começar a fazer carreira na televisão. Fabricio acabou por ser jubilado da universidade, mas seguiu com sua carreira artística, o que foi uma escolha acertada para o ator.

Inquieto, Fabrício já Deixou Dúvidas se Poderia ser Introspectivo Para Seus Personagens

Fabrício Boliveira é um homem inquieto, e isso assusta alguns entrevistadores e até diretores. Enquanto fala suas mãos gesticulam, seu corpo fala e ele parece em uma eterna dança. Fruto do swing ainda? Dizem as más linguás que sim, o ator é mesmo muito gesticulante e bem dançarino. Para Fabrício é apenas uma alma inquietante e doida para agir, atuar, brilhar.

O ator é um homem inquieto, e isso preocupou alguns diretores para projetos que exigiam bastante introspecção, como o filme Faroeste Caboclo e o o diretor de teatro Amir Haddad, que esteve com o baiano no projeto Bodas de Sangue. O diretor de teatro Amir Haddad chegou a perguntar ao ator se ele conseguiria ser domado, se poderia agir de uma forma mais branda e mais quieta em cena e apostou que Fabrício conseguiria, tornando Bodas de Sangue um dos seus maiores sucessos.

Seu excesso de energia lhe rendeu elogios e provou que poderia ser domado com o sucesso de Foroeste Caboclo. Fazendo jus a letra de Renato Russo, Fabrício está em cena como um perfeito homem introspectivo, em que toques e olhares falam mais que palavras e mostra que sabe domar seus sentimentos e transbordar em palavras firmes e um olhar fatal, com tanto ódio quanto o personagem exigia.

Fabrício Boliveira no Clássico Capitães de Areia

O clássico Capitães da Areia é um dos livros que mais foi adaptado para o teatro e já teve uma participação do baiano também. Fabrício foi João Grande, um dos grandes amigos de Pedro Bala e o segundo no grupo de jovens bandidos baianos. Dentre os grandes papéis do ator em carreira podemos destacar ainda sua atuação em A Máquina, o primeiro longa metragem de sua carreira, que promete ser o primeiro de muitos.

Projetos Futuros: Planet Hemp e Milton Nascimento

Apesar de ser bem gesticulador, Fabrício é uma personalidade discreta. Foca-se em suas entrevistas em projetos e fala pouco sobre sua posição política ou questão de cor de pele, mesmo tendo comentado em entrevista sobre racismo algumas vezes.

Mesmo não tendo uma vida muito polêmica, Fabrício parece que curte viver personalidades no cinema que de alguma forma transformaram a vida das pessoas. Uma dessas é seu próximo trabalho, um filme sobre Planet Hemp. Mais uma vez a musicalidade está no currículo do ator, desta vez como um dos membros da banda mais polêmica do Brasil por fazer a apologia a maconha.

Um dos trabalhos muito esperados de Fabrício é uma cinebiografia sobre o cantor Milton Nascimento, na qual o ator interpreta a personalidade ainda jovem. Há também outros filmes bacanas nacionais vindos por ai com o ator no elenco, mas ele mantém segredo. Por enquanto revela que não vai estar no filme sobre Calypso, contrariando diversos boatos. “Sou apenas amigo do diretor e gostei do projeto, mas nada mais que isso”, esclarece.

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Categoria(s) do artigo:
Atores

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